Tocar e conhecer o próprio corpo ainda está no paredão dos tabus. Infelizmente a sensação de culpa e julgamento insistem em perseguir o prazer das mulheres, ainda o machismo constrói a ideia de que nós nos tocarmos é um problema. Por isso, e outras tretas, que é muito importante se conhecer e compreender que esse corpitcho só tem uma dona: você mesma.
“Temos tido a oportunidade de falar sobre masturbação, as redes sociais têm abordado e existe uma onda feminista que defende muito o empoderamento feminino, o conhecimento do próprio corpo e a sexualidade, mas as mulheres ainda trazem bloqueios com relação ao próprio corpo”, nos conta Dra. Carolina Ambrogini, ginecologista especializada em sexualidade feminina.

O privilégios da liberdade sexual dos homens ainda é muito grande e desrespeita o espaço das garotas, sobretudo o território de seus corpos. A Dra. Giani Cezimbra, também ginecologista especialista em saúde sexual e reprodutiva nos conta que “tanto a masturbação feminina, quanto a descoberta do funcionamento do próprio corpo, a capacidade em obter prazer e orgasmo sem a presença de outra pessoa são rodeadas de muitos preconceitos culturais e religiosos”, afirma.
“Masturbação ainda é um tema abordado com muitos pudores”, diz a ginecologista Giani Cezimbra. Ela afirma que “é importante que [as mulheres] conheçam seus corpos e possam vivenciar sua sexualidade de uma forma plena e satisfatória”.
Não tem jeito: só cuida de si quem se conhece e convenhamos que autoconhecimento é tudo. Estimular o corpo, sentir prazer e toda essa autonomia é fundamental e possui uma série de benefícios, de acordo com a ginecologista Carolina Ambrogini:
- Reduz estresse e ansiedade;
- Melhora o sono;
- Pode diminuir cólicas;
- Aumenta o desempenho sexual;
- Ajuda a atingir o orgasmo mais facilmente;
- Queima calorias;

Mas para isso tudo ser concebido, é essencial se sentir tranquila e à vontade para se tocar. De nada vale se tocar e não sentir prazer. Autoconfiança e coragem tornam-se importantes para realizar esse carinho consigo. Porém, a formulação de fantasias sexuais é fundante. “Se você não pensa em algo erótico, que estímulo você terá para se tocar?”, questiona Carolina Ambrogini. Estamos falando sobre cuidar do físico e da mente.
Algumas perguntinhas orientadas pela Dra. Carolina Ambrogini para montar seu repertório sexual, tão importantes quanto se tocar:
O que eu gosto sexualmente na cama?
Quais são minhas fantasias?
Como me sinto excitada? Como é essa busca?
Como meu corpo responde aos meus estímulos?
Como anda minha autoestima?
Converse, tire duvidas, puxe este assunto com suas amigas. É natural, é íntimo e libertador. É sobre você e seu corpo. É sobre se agradar, se sentir amada. Prazer também é isso, para senti-lo com outra pessoa é muito importante essa individualidade.
E vale mencionar que apesar da indústria pornô muitas vezes ser a principal fonte de “educação sexual” das pessoas e estar relacionada a masturbação, lembre-se que esse mercado muitas vezes reforça estereótipos da mulher a serviço do sexismo… e não é sobre isso que estamos falando, beleza? Fique atenta.
“Mulher empoderada e autoconfiante não aceita violências e imposições sociais baseadas em crenças negativas e nocivas. Sua decisão é baseada no que ela acredita que seja melhor para ela mesma”, conta a ginecologista Giani Cezimbra. Se toquem, pratiquem amor próprio. Prazer é fundamental e também está em suas mãos.