
Aparelho reprodutor feminino: você conhece o seu?
Quando falamos em aparelho reprodutor feminino, as dúvidas são muitas. Então que tal começar a olhar para a sua saúde íntima de perto?
Na adolescência, você começa a reconhecer as reações do seu corpo: sabe por quem sente desejo, está descobrindo por quais transformações está passando, assim como tem o primeiro contato com o tema da sexualidade, conhecendo novas formas de se relacionar e como se proteger. E mais: quais são seus direitos sexuais e os seus direitos reprodutivos.
Mas o quanto você sabe sobre o funcionamento do seu corpo? E do seu aparelho reprodutor? Entender como funciona o aparelho reprodutor feminino pode responder a vários questionamentos, ajudar a descobrir mais sobre você e, claro, empoderar mais ainda.
Aparelho reprodutor feminino, muito prazer!
O aparelho reprodutor feminino é um sistema de órgãos que envolve muita coisa que talvez você nunca tenha ouvido falar, ou apenas não lembre.Conhecer como ele funciona é vital para que você comece a pensar sobre os seus direitos sexuais e seus direitos reprodutivos.
Se você nunca ouviu falar sobre direitos sexuais e direitos reprodutivos, saiba que:
Direitos Sexuais incluem:
- direito à sexualidade plena em condições seguras e saudáveis;
- direito de tomar decisões livres, informadas, voluntárias e responsáveis sobre a sexualidade;
- o respeito à orientação sexual e à identidade de gênero, livre de coerção, discriminação e violência;
- o direito à informação e aos meios necessários para a garantia da saúde sexual e reprodutiva.
Direitos Reprodutivos incluem:
- direito de todos os indivíduos e casais de decidir livre e responsavelmente sobre se querem ter filhos, quando e quantos ter;
- direito a desfrutar de uma vida afetivo-sexual satisfatória e segura, livre de doenças e infecções, exercida sem violência, com respeito mútuo, igualdade e o pleno consentimento entre os parceiros
São o útero e os ovários os órgãos mais conhecidos do aparelho reprodutor feminino. Mas, além deles, o sistema é composto das trompas de falópio, da vagina, da vulva. Muito do seu corpo está envolvido com o aparelho reprodutor. Na verdade, são glândulas e hormônios que comandam e tudo isso tem a ver com o ciclo menstrual. Muita informação, né? Vamos por partes.
Ovários: os ovários são glândulas – bem pequenas, do tamanho de nozes. Eles produzem os óvulos (que, antes de serem liberados, ficam dentro de folículos). Quando o óvulo é fecundado pelo espermatozóide, ocorre a gravidez .
Trompas de Falópio: é quem faz ligação entre seus ovários e seu útero. Quando os óvulos são liberados dos ovários, atravessam a trompa para chegar ao útero. Ela é responsável por “captar” esse óvulo e levá-lo ao útero. Caso tenha havido uma relação sexual sem contraceptivo de barreira, há a possibilidade de o espermatozóide (dos milhões que foram lançados no aparelho reprodutor feminino) fecundar o óvulo.
Útero: é um receptáculo onde o óvulo fecundado (caso aconteça) vai ficar “guardado”, protegido e nutrido. É também o órgão que tem uma camada que “recebe” o óvulo fecundado. Caso não haja fecundação, essa camada, chamada de endométrio, se regenera a cada mês e é liberada na menstruação.
Vagina: é o canal que liga o útero à parte externa do aparelho reprodutor feminino. É por ela que sai a menstruação, por onde sai o bebê (no parto vaginal) e é onde ocorre lubrificação durante o ato sexual.
Hímen: uma membrana que encontra-se na entrada da vagina, enquanto a mulher não mantém relações sexuais. Ele pode ser rompido na primeira relação sexual com penetração, o que às vezes provoca um pequeno sangramento. Alguns hímens se rompem com certa dificuldade, nem sempre na primeira relação sexual com penetração.
Vulva: A parte visível do seu aparelho reprodutor é a vulva. Ela protege a vagina e é formada pela uretra, clitóris, orifício vaginal, pequenos lábios e grandes lábios. Existem cuidados específicos dessa área para que saúde íntima da mulher seja mantida.
Período fértil e ciclo menstrual
Agora que você conhece bem sobre o aparelho reprodutor feminino, saiba um pouco sobre o ciclo que ocorre relacionado a ele.
O ciclo menstrual é o tempo que vai do primeiro dia de uma menstruação até o dia que antecede o início da menstruação seguinte. Lembra da liberação do óvulo? Então, isso em geral acontece lá pelo 14º dia depois da menstruação. É a ovulação.
Nessa época em que o óvulo é liberado – e pode ser fecundado (caso ocorra ejaculação na vagina) – é o que chamamos período fértil. Como não se tem certeza do dia exato da ovulação, o período fértil são os dias próximos da ovulação (além do próprio dia da ovulação). É nessa época que você tem mais probabilidade de engravidar.
Calcular o risco de se engravidar por meio da contagem dos dias férteis é o método chamado de tabelinha. No entanto, é muito arriscado confiar na tabelinha, porque os ciclos menstruais são variáveis e dependem de vários fatores hormonais. Ou seja: o cálculo nunca vai ser cem por cento confiável e a mulher pode acabar engravidando.
O ideal é sempre ter uma conversa com um ou uma ginecologista para saber que anticoncepcional se adequa melhor ao seu organismo e estilo de vida. Se você decidir usar a pílula, por exemplo, deve, antes de qualquer coisa, conversar com um médico ou médica.
Agora, qual a melhor forma de proteger o seu aparelho reprodutor e o seu corpo de uma gravidez não planejada e das ISTs?
Proteja-se e proteja quem estiver com você
Tanto em relações heterossexuais quanto em relações homossexuais, o seu corpo está exposto.
No caso de relações heterossexuais, a proteção contra ISTs ainda deve somar à proteção contra gravidez não planejada. Portanto, mesmo que você use algum método contraceptivo, use sempre o preservativo masculino ou feminino.
Caso você se relacione com alguém do mesmo sexo, vale o mesmo: o preservativo é o método que vai proteger seu organismo de qualquer infecção sexualmente transmissível. Ele é um grande aliado da saúde feminina e dos cuidados com você e seu (sua) parceiro(a).
Empodere-se! Você é dona do seu corpo.
A decisão de cuidar-se, de descobrir seu corpo, de ter consigo mesma o compromisso de ir a um ou uma ginecologista é sua. Indo ao ou à especialista, fica mais fácil conhecer seu organismo. Saiba que alguns exames preventivos devem ser feitos anualmente por todas as mulheres. Outros, como a mamografia, são recomendados rotineiramente para mulheres a partir dos 40 anos.
Visitas anuais são recomendadas por grande parte dos e das ginecologistas, mas elas podem ser mais ou menos frequentes a depender da situação da mulher. A frequência de exames que você deve fazer é ele ou ela quem irá indicar. Portanto, visite seu médico ou sua médica para receber mais orientações.
Conhecer seu corpo é empoderar-se dele. Quando a mulher tem esse conhecimento, “tem todo o caminho das pedras, ela consegue expressar o que gosta. É muito diferente deixar o outro adivinhar, quando você sabe que pode dar dicas e sabe o que fazer para aquela relação ser boa, é um empoderamento. Você tem poder sobre o seu corpo e a sua sexualidade”, garante a ginecologista Carolina Ambrogini.
Mais do que uma decisão do que é bom para você agora, ter certeza dos seus direitos sexuais e dos seus direitos reprodutivos é saber o que será bom para o seu futuro também.
A campanha Ela Decide é sobre empoderamento feminino: é sobre a sua decisão do que é melhor para o seu corpo, o seu presente e o seu futuro.
A melhor forma de lidar é falar sobre. E você não está sozinha. Compartilhe informação, fale com amigas, irmãs, mãe, tias, primas, com as mulheres de sua geração e também das outras. Fale com cada mulher da sua vida para que ela também saiba: Ela Decide Seu Presente Seu Futuro.