
Empoderamento, feminismo e sororidade: elementos fundamentais da integração feminina
No universo das mulheres, conceitos novos e aqueles já conhecidos são a base de uma conectividade capaz de fortalecer e redefinir, sem julgamentos ou pré-conceitos, as relações femininas interpessoais.
Ela já teve o status de modinha, coisa passageira e até sinônimo de “mimimi”, mas a verdade é que sua significância vai muito além do próprio significado. A palavra empoderamento é nova, foi incorporada ao nosso vocabulário, está nos dicionários e traz com ela não apenas a ideia de “dar poder a uma minoria”. Carrega o desejo de mudança, de redução da vulnerabilidade, a força de quem acredita nas próprias habilidades, e, sobretudo, carrega a determinação para alcançar um desenvolvimento humano que prime pela equidade e alcance a capacidade de exercitar plenamente os direitos individuais.
Quando levada ao universo feminino, o termo ganha ainda mais poder, pois a luta das mulheres por representatividade, igualdade e liberdade não é algo novo. Historicamente, a participação feminina no clamor por mudanças e equiparação nasceu de um viés trabalhista em meados dos anos 1900, mas que ao longo das conquistas foram se estendendo para os demais segmentos, como político, social e familiar. E com o passar do tempo, ganhou muito mais representatividade.
Atualmente, muitas mulheres e grupos feministas têm feito uso do espaço social (físico e virtual) para abordar, debater, informar, esclarecer temas como discriminações de gênero, liberdade sexual, alertar e denunciar sobre violências e abusos psicológicos, físicos e sexuais, que atingem mulheres de todas as idades e classes sociais.
É diante de um contexto complexo e desfavorável para as mulheres que se destaca a importância da sociedade refletir e discutir feminismo, empoderamento e sororidade.
Nem sempre a relação entre estes três aspectos é bem compreendida. Há quem acredite que se trata de vitimismo feminino, não reconhece – existem ainda aqueles que fazem questão de não reconhecer – as disparidades entre direitos, privilégios e notoriedade dos universos masculino e feminino. Pois bem, afirma-se, sem medo de errar, que os três vieses caminham juntos em busca de uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
O feminismo não tem a intenção de se colocar em supremacia em detrimento do homem, as suas causas e lutas buscam promover o acesso às mesmas oportunidades sociais, políticas e profissionais, sem que para isso seja preciso a mulher vivenciar algum tipo de opressão.
Agora, para falar sobre sororidade, antes de mais nada é preciso entender o significado e o valor que esta palavra, ainda estranha e desconhecida para muitas pessoas, possui. Sororidade vem de “soror”, que significa “irmã” em Latim. A ideia está ligada ao apoio, acolhimento, companheirismo, empatia e união entre as mulheres.
O que esperar de mulheres que praticam a sororidade?
Empoderamento feminino e sororidade se completam. Ou melhor, eles coexistem, não há como desvincular um do outro, pois uma mulher que luta por direitos iguais também acolhe, apoia e dá forças àquela em situação de opressão, medo, abuso e discriminação.
Quem pratica a sororidade não vê outra mulher como inimiga. Não se trata aqui de ser a melhor amiga de toda e qualquer mulher, mas de transpor um conceito de que mulheres estão sempre disputando o mesmo espaço, de que precisa ser melhor e superar a outra.
A sororidade e o empoderamento feminino têm um caráter transformador. Por meio deles, onde há a troca de experiências e uma mulher se vê na outra, é possível desenvolver mais rapidamente a capacidade de dizer não a situações abusivas, denunciar comportamentos indesejados, reconhecer relacionamentos tóxicos e destrutivos, além de se permitir conhecer o próprio corpo sem vergonha ou sentimento de culpa, conquistar o autoconhecimento, a liberdade e o poder de decisão sobre si mesma.
Outra (boa e importante) consequência da sororidade é poder servir como uma ponte para que mais mulheres possam ter acesso a informações sobre vida sexual saudável; tenham também a oportunidade e o entendimento do que é um planejamento reprodutivo, para decidirem se querem ou não vivenciar a maternidade, e se quiserem, escolher qual o momento ideal para que isso aconteça; conhecer e optar por métodos contraceptivos que forem mais convenientes, de acordo com o ritmo e estilo de vida que levam.
Ainda há muito juízo de valor, ideias e preconceitos a serem desenraizados da sociedade e da própria opinião feminina. A prática da sororidade pode contribuir para que isso aconteça.
Você não está sozinha. Juntas somos mais fortes! #ElaDecide